domingo, 18 de maio de 2008

Ser feliz ou ganhar dinheiro?

Sempre desconfiei que todo mundo tem a oportunidade de não ter que fazer essa escolha. Na verdade, eu acredito convictamente que a vida distribui inúmeros caminhos que nos façam trabalhar no que nos dá prazer e ainda nos auto sustentar, trazer sucesso profissional e até amealhar fortunas. Mas nada acontece se não sabemos o que queremos. Hoje e agora. Porque também não acredito que vamos querer a mesma coisa todo santo dia. O que bagunça um bocado o meio de campo é quando insistimos no que está longe de ser o nosso desejo. É perda de tempo e traz angústia. Que traz tristeza. Que deprime. Que adoece. Mas e o risco de mudar de idéia? Arriscado é levantar da cama, ora bolas. Então por que não aceitar o risco conscientemente? Tenho pensado muito nisso por ter ouvido em algumas passagens da vida que podemos arriscar tudo até os 30 anos. Bem, eu cheguei à idade e veio a dúvida: este prazo terminou nos 29 anos e 363 dias ou vai acabar um dia antes de chegar aos 31? Tenho uma profissão que amo e que desempenho relativamente bem. Mas será que poderia ter outra e fazer ainda melhor? Tenho certeza que sim, mas ainda estou descobrindo o quê. Eu poderia ser coreógrafa, professora de pilates, cantora de boteco, dona de quiosque na praia, massagista, ou qualquer coisa que acredito poder executar com talento. Mas como o resto do meu mundo orbitaria nesta nova rotina? Não é segredo que a nossa vida profissional não é só uma questão de como queremos ganhar dinheiro, mas como queremos ser percebidos pelos outros e nós mesmos. É um pilar importantíssimo da nossa auto-imagem. Por isso enquanto minha imaginação opera, visualizo como todos os meus outros planos e interesses poderiam caminhar paralelamente às essas 8 a 12 horas dedicadas ao labor. Bem, acordei com isso na cabeça porque ontem fui à uma festa de um DJ que um dia anunciou esta mudança. Era, quer dizer, ainda é, um publicitário talentoso, com uma carreira promissora, que abandonou a vida na criação de grandes agências pra discotecar. Criou um evento nascido em Brasília que cresceu, fez sucesso, e hoje está em SP. Ele faz o que faz muito bem, é uma referência e tenho certeza que para ele o melhor ainda está por vir. Mas deve ter enfrentado a dúvida, a desconfiança e algumas durezas da nova realidade. E também deve ter contado com muita torcida, votos de sucesso e a inveja branca de quem sempre quis e não teve coragem. No dia em que tiver a vontade avassaladora de querer fazer uma nova tentativa, acredito que não vou ter dúvidas. Vou ter medo, frio na barriga e um plano B. Mas vou me jogar.

2 comentários:

Unknown disse...

Oh yeah, life's always changing and bringing us to different ways.
De certa fora seria bom se nascessemos com apenas uma habilidade de fazer uma unica coisa com perfeição, talvez assim conseguiríamos nos realizar mais rápido e teriamos menos medo, mas, com certeza a vida não possuiria esse sabor de aventura. Então, fico com o gosto do perigo e a incerteza do amanhã, e espero alcançar a tua coragem, mi hermana!

ótimo blog!

Anônimo disse...

Meu sonho de consumo é ser tão atirada pra vida como você, mulér! Mas eu sei que o seu projeto é outro, e que é só pintar um bacurizinho que você assenta a poeira.
Ameeei o blog. Beijos aos montes.